Frio volta à Copa após 32 anos, mas não assusta por 'pré-adaptação' de jogadores

15.4.10 | Marcadores:
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Dificilmente alguém achará uma foto da Copa do Mundo de 1978 com a maioria dos jogadores usando camisas de manga curta. Isso porque as temperaturas médias na Argentina na época do Mundial dificilmente passavam dos 14ºC. Agora, em 2010, as mangas longas devem voltar a desfilar em abundância em continente africano na primeira copa no hemisfério sul em 32 anos.

Após o Mundial argentino, a principal competição esportiva do mundo passou por Espanha, México, Itália, Estados Unidos, França, Coreia do Sul, Japão e Alemanha, todas no Norte do planeta, com as temperaturas variando entre 23ºC e 31ºC. Em Johannesburgo, cidade sul-africana que vai receber o maior número de partidas, a temperatura máxima não deve passar dos 16ºC nessa época do ano.

Mas essa diferença térmica não está assustando quem vai à África do Sul. Isso porque a maioria dos jogadores que estarão na Copa já está acostumada com baixas temperaturas por atuarem na Europa. “Não será nada muito diferente do que eles já encontram em seus clubes”, explicou o fisiologista do São Paulo, Turíbio Leite de Barros.

BRASIL DEVE SOFRER POUCO COM O FRIO

  • Na Copa de 1978, todos os jogadores brasileiros - como Roberto Dinamite do Vasco - jogavam no país

  • Já neste ano, quase todos os jogadores - como Lúcio - atuam na Europa e já vem adaptados ao frio

A seleção brasileira é um bom exemplo de como a atual conjuntura do futebol mundial faz com que as baixas temperaturas sul-africanas não preocupem. Em 1978, todos os 22 convocados para a Copa da Argentina jogavam no Brasil, sendo que apenas um na região Sul do país. Dessa vez, dificilmente passará de três o número de atletas que atuam em território brasileiro.

“Não gostava de frio. Não que não conseguisse jogar, mas se estava muito frio, já entrava desanimado em campo. Sempre preferi jogar em temperaturas mais altas”, contou o ex-lateral Nelinho, que esteve na Copa de 1974, na Alemanha, e foi titular no Mundial de 1978 na Argentina.

Turíbio Leite também explica que não é porque uma pessoa morou a maior parte da vida em um lugar de temperaturas mais altas que ele sofrerá para sempre com o frio. “O jogador se acostuma, se adapta ao frio quando joga muito tempo nessas condições. É uma característica biológica do ser humano. Com isso, o desempenho físico praticamente não muda.”

“Acho que não será problema porque a maioria dos jogadores que vai para a Copa joga na Europa. Eles estão acostumados. Eu no começo sentia bastante. Você não entra quente no jogo, o pé parece que está congelado, mas com o tempo me acostumei”, relatou o lateral Cicinho, que antes de voltar ao São Paulo, atuou por cinco anos na Europa.

Frio não assusta, mas preparação muda

Mesmo com as temperaturas mais baixas na África do Sul no meio do ano não serem piores que a que jogadores enfrentam em seus clubes, algumas seleções adaptaram – pelo menos em parte – suas preparações. O técnico Dunga, por exemplo, disse que fará a primeira fase dos treinos da seleção brasileira em Curitiba, cidade de clima mais ameno, exatamente para esse tipo de aclimatação.

APENAS BLOEMFONTEIN PREOCUPA

  • Apesar de o frio não ser tão rígido na maioria das cidades-sedes da Copa da África do Sul, apenas um dos locais deve preocupar as equipes. Situada a 1.395m acima do nível do mar, Bloemfontein normalmente tem temperaturas de até 2ºC negativos nessa época do ano. O estádio Free State na cidade, com capacidade para 45 mil pessoas, receberá cinco partidas da primeira fase do Mundial e mais uma das oitavas de final.

Outro time que trabalha nesse sentido é a África do Sul. Apesar de serem do país-sede, os comandados do técnico Carlos Alberto Parreira passaram um mês sob o calor brasileiro treinando. Agora, ficarão duas semanas na Alemanha para voltar clima ‘normal’. “Estava bem quente no Brasil, era uma atmosfera muito relaxante”, lembrou o atacante sul-africano Katlego Mphela.

Mas Turíbio Leite lembra que nessas situações, a preocupação maior deve ser com o trabalho logo anterior aos jogos e aos treinos, o aquecimento. “O frio aumenta a vulnerabilidade para lesões musculares. O trabalho de aquecimento precisa muito bem feito. Os jogadores também vêm de fim de temporada, o que sempre preocupa. Além disso, é possível fazer até mesmo uma adequação nutricional para minimizar esse problema.”

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