Robinho, alguém precisa avisar: você não é mais um menino mimado!

Robinho está de volta para a Vila Belmiro.

Não retorna pela porta da frente.

Ele fracassou no Real Madrid.

Ele fracassou no Manchester City.

Principalmente para quem saiu do Santos forçando a negociação com o time espanhol.

E dizendo que se tornaria o melhor jogador do mundo.

Seu nível é diferenciado.

Mas se tornou prisioneiro das pedaladas em cima de Rogério.

Cada vez que pegava na bola se sentia obrigado a fazer uma jogada de gênio, de malabarista.

No moderno futebol de Poços de Caldas isso já é uma heresia.

Imagine no futebol de contragolpes velozes que marca o futebol europeu.

Robinho não despertou a fúria, a ira dos adversários.

Mas dos companheiros.

Eles passaram a não tocar a bola para ele.

Não como deveriam, não como poderiam.

Era tocar e não receber de volta.

Melhor seria pegar um banquinho e esperar o que daria a jogada.

Uma palavra resume essa primeira passagem de Robinho na Europa: improdutivo.

Beckenbauer, o paradigma do futebol coletivo, chegou a classificá-lo como ‘jogador de circo’.

Aquele que só dá espetáculo e nada contribuiu para o time como um todo.

Mas na Vila Belmiro, em meio à festa pelo retorno, há alguém com a cabeça no lugar.

E com o discurso na ponta da língua.

Dorival Júnior.

O treinador não se deixou contaminar pela histeria coletiva.

E vai repetir o que disse olhando nos olhos de alguém também de carreira problemática.

Carlos Alberto.

“Assim que fui contratado pelo Vasco chamei o Carlos Alberto para conversar.

Talvez ele esperasse algumas palavras de agrado.

Mas eu fui direto.

Perguntei o que ele queria da carreira.

E também se ele mesmo não achava que havia errado demais?

Ele respondeu que queria voltar a ser o grande jogador que tinha sido.

E que estava cansado de errar.

Eu disse que acreditava e lhe dei a braçadeira de capitão do Vasco.

Ele teve um comportamento exemplar.

Grande jogador tem de ser tratado como grande jogador.

Mas ser cobrado como grande jogador.

Essa é a fórmula”, disse o técnico ao blog.

Então, Robinho que aproveite as homenagens, os tapas nas costas.

Mas talvez o seu futuro dependa da maneira com que responder as perguntas de Dorival Júnior.

Ele tem de saber o quer da vida.

Procurou refúgio no clube que o lançou.

Como um filho único que procura o aconchego da mãe viúva quando algo na vida não sai como ele gostaria.

Voltou interesseiro.

Pensando no Santos e em garantir sua presença na Copa da África.

Acabou de completar 26 anos.

Idade crítica na vida de quem pode ser um dos maiores jogadores do mundo.

Ele tem se afastar um pouco dos muitos interesseiros e sanguessugas que o cercam.

Precisa se olhar de verdade em um espelho.

E perceber que não é mais um menino.

Há muito tempo…

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